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Estratégia e gestão de projetos: uma dupla dinâmica

“Aí blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá… ti-ti-ti, ti-ti-ti, ti-ti-ti… tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente… mas realmente…”.

“Aí blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá… ti-ti-ti, ti-ti-ti, ti-ti-ti… tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente… mas realmente…”. Este é um trecho de um grande sucesso da banda Blitz nos anos 80 que sempre vem à mente quando vejo alguns casos de empresas patinando na execução de suas metas. O ano começa, todos com novos desafios e metas pra bater, mas os meses vão passando e… blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá… ti-ti-ti, ti-ti-ti, ti-ti-ti… mas realmente… (muito) pouco do planejado consegue ser executado.

Tudo bem, há sempre boas desculpas: situação interna da empresa, situação política do país, a China, os EUA, a Europa, o tal do “mercado”, e, às vezes, até os clientes! Entretanto, realizações “capengas” são um luxo ao qual nenhuma empresa pode se permitir.

Estratégia é, em linhas gerais, a parte encarregada de analisar o que a empresa é e o que ela deseja ser, propondo caminhos para esses objetivos. Não é simples e, com certeza, não é fácil. Mas, felizmente, já não é mais uma caixa-preta, um segredo guardado a sete chaves pelos “sábios anciãos”, como costumava ser no século passado. As empresas têm amadurecido nas práticas de planejamento estratégico. Mas, em muitos casos, a execução do que foi planejado ainda é confusa e não traz os resultados esperados.

Aí entra a Gestão de Projetos: a objetividade na execução e materialização dos desafios estratégicos por meio dos projetos prioritários. Mas por que Gestão de Projetos? Não é só “ir lá e fazer o projeto”? Não é bem assim… desta forma, muitas vezes (senão todas) os resultados não alcançam o esperado.

A visão holística de Gestão de Projetos aborda não só aspectos técnicos, como gestão de recursos (tempo, dinheiro, pessoas, equipamentos, conhecimentos etc.), mas também aspectos gerenciais, como escopo, riscos, comunicação (em diversos níveis), qualidade etc. O objetivo é simples: realizar projetos com eficiência e eficácia. E, por meio dos conhecimentos gerados ou aprimorados, pode ainda contribuir com bons elementos para a próxima rodada de planejamento estratégico da empresa.

É essa “dupla dinâmica” – bom planejamento e realização eficiente e eficaz – que garante um crescimento sustentável às empresas. Sem ti-ti-tis nem blá-blá-blás.

Adilson Castro de Souza Rocha é mestre em Engenharia de Produção pela POLI/USP, professor da FGV Management e assessor técnico da diretoria superintendência corporativa do SESI/SENAI-SP.

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